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ÁGUA DE CACIMBA

O Mamulengo Água de Cacimba  nasce do acervo de bonecos deixado como herança pelo mestre mamulengueiro Afonso Miguel Aguiar, criador do grupo Teatro de Bonecos Mamulengo Fantochito de Teresina – PI, a uma de suas filhas, a pernambucana Mariana Acioli. Ao herdar os bonecos, Mariana recebe uma missão de continuidade e desde 2019, ao lado de Allan de Freitas, tem apresentado em praças, escolas, projetos sociais e festivais em Pernambuco e no Brasil.

 

BRINCANTES

Mariana Acioli de Siqueira Aguiar é filha de dois artistas e cresceu nas lonas de circos e teatros. Mariana é Pernambucana de Olinda criada em São Paulo, cidade onde se formou como atriz e figurinista. Possui formação em corte, costura e modelagem. Assina nove figurinos autorais desde 2010, com grupos de teatro e dança popular do estado de São Paulo. Cursou pedagogia pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) e trabalhou como professora e professora de teatro nos anos iniciais do ensino fundamental. O trabalho de atuação no teatro profissional se inicia em 2011 na Associação Cultural do Morro do Querosene. De 2014 a 2019 atua como atriz e figurinista na Trupe Teatro de Torneado. Autora e ilustradora dos livros “A Flor” e “A Flor do Mamulengo”. Desde 2019, de volta à sua cidade natal, se dedica à arte do boneco popular nordestino no Mamulengo Água de Cacimba.

Allan de Freitas é paulistano e formou-se em Pedagogia na Faculdade de Educação de São Paulo (USP). Trabalhou como educador de 2009 a 2019, com experiências em escolas da rede pública e particular da cidade de São Paulo e com arte educação em museus e espaços de exposições de arte, com oficinas e visitas educativas. Autor dos livros ilustrados “A Cura”, “Lumpen”, “Banqueiro x Bancária” e autor ilustrador de “A Flor”, foi finalista do Prêmio Miolos na Biblioteca pública Mário de Andrade em São Paulo na categoria livros infantis. Iniciou sua trajetória teatral em 2007, e desde então participou de diversos cursos e oficinas na área de atuação, dedicando-se principalmente à linguagem das máscaras cômicas, como palhaço, bufão e comédia Dell´arte, além do teatro de bonecos. Vive em Olinda-PE desde 2019 e é brincante e produtor cultural do Mamulengo Água de Cacimba.

ORIGENS

Ao longo de sua trajetória, de mais de 40 anos como mamulengueiro, Mestre Afonso Miguel (1957/2019), realizou um trabalho de valorização das Culturas Populares, relembrando as velhas canções do circo e revivendo as brincadeiras dos seus antecessores mestres do Nordeste. Acompanhado de músicos e artistas do povo, levou seus espetáculos a escolas, praças, ruas e festivais de teatro pelo Nordeste, por todo o país e no exterior. Brincava bonecos de sua autoria e confeccionados por outras mãos, como as dos mestres Solón e Saúba, de Carpina-PE, mestre Antônio Biló de Pombos-PE e do mestre Chico Simões de Taguatinga – DF. A obra artística de Afonso reúne diferentes linguagens e técnicas do teatro de bonecos: mamulengo, ventriloquia, marionetes e bonecos gigantes. O mestre piauiense influenciou uma geração de brincantes e formou novos bonequeiros e bonequeiras. Veja no vídeo abaixo, uma brincadeira de mamulengo do Mestre Afonso, na cidade de Olinda-PE, registrada pela TV VIVA em 1991.

Merece destaque a importância e influência do trabalho de Conceição Acioli (1949/2005), atriz pernambucana, mãe de Mariana, na formação do Mamulengo Água de Cacimba.  Sua trajetória no teatro e na cultura popular têm sido de grande inspiração ao grupo. Ceça teve importante atuação na cena cultural pernambucana, participando de muitas movimentações como o Balança Coreto, o Mamulengo Só-Riso e a TV VIVA. Conceição, que também era educadora, pesquisadora e brincante, deixou um enorme acervo de bonecos, uma biblioteca, e pesquisas sobre o tema. Em 2001 defendeu a dissertação de mestrado “Quando pirilampos desafiam faróis: um estudo sobre a atualidade das tradições brasileiras do teatro de bonecos” na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo – USP. Veja no vídeo abaixo Ceça como a repórter Maroquinha, na TV VIVA em 1989.